EXPORTAÇÃO DE NIÓBIO - O BRASIL TEM A MAIOR RESERVA ATIVA- 98,4% DO TOTAL MUNDIAL

O nióbio foi descoberto em 1801 por Charles Hatchett. No Brasil, a descoberta da reserva em Araxá, no Estado de Minas Gerais, aconteceu em 1953 pelo geólogo mineiro Djalma Guimarães. O Brasil tem a maior reserva ativa desse estratégico mineral - são cerca de 98,4% do total mundial; seguido do Canadá, que detém 1,11% (províncias de Quebéc e Ontário), Austrália (província da Austrália Ocidental), Egito, República Democrática do Congo, Groenlândia (território pertencente à Dinamarca), Rússia (Sibéria), Finlândia dentre outros.

É um metal dúctil cinza brilhante que assume um tom azulado quando exposto ao ar à temperatura ambiente por períodos prolongados. As propriedades químicas do nióbio são substancialmente semelhantes às do tântalo, que pertence ao mesmo grupo da tabela periódica dos elementos; essa semelhança na reatividade do Nb e do Ta se deve ao fato de suas dimensões serem praticamente idênticas, fenômeno que pode ser explicado pela contração dos lantanídeos. Mesmo em baixas temperaturas, é processado em atmosfera inerte, pois já a 200°C tende a sofrer oxidação.

Este  metal usado para deixar o aço ainda mais forte e resistente, havendo demanda para o desenvolvimento de novas tecnologias, para aplicação na medicina, transporte, engenharia, indústrias nuclear e espacial. Trata-se de uma imensa  fortuna, maior que do petróleo, do ouro e outros minerais. Tem múltiplas aplicações: é um componente de alguns aços inoxidáveis e ligas de metais não ferrosos; muitas dessas ligas são caracterizadas por alta resistência e são usadas na construção de dutos.

Outros usos incluem: uso na indústria nuclear, devido à sua baixa seção transversal com nêutrons térmicos; a produção de eletrodos para soldagem a arco de vários aços especiais; geralmente em liga, devido à sua cor azul também é usado como motivo estético em piercings e joias . Em 2003 foi utilizado na cunhagem da moeda bi metálica de 25 € (prata e nióbio), comemorativa dos 700 anos da cidade de Hall in Tirol, sede da antiga casa da moeda do Tirol e depois do Império Austro-Húngaro. Outros estados estão seguindo o exemplo da Áustria no uso de nióbio em numismática. A Münze Österreich, a casa da moeda austríaca, em 2006 utilizou este metal, em liga com prata, por uma moeda de 25€, comemorativa do sistema de posicionamento europeu;

Em ligas de alta pureza com ferro, níquel e cobalto, é utilizado nos setores aeronáutico e aeroespacial para a construção de peças de motores a jato, peças de foguetes e estruturas resistentes a altas temperaturas. Foi feito amplo uso deste material nas missões do Programa Gemini; o uso como alternativa ao tântalo em capacitores, ainda em estudo; O niobato de lítio, um cristal uniaxial, tem a propriedade eletro-óptica de alterar seu índice de refração em função da voltagem aplicada a ele. Este efeito é explorado para construir moduladores eletro-ópticos para transmissores de sistemas de telecomunicações de fibra óptica de alta capacidade (100 Gbit/s e acima).

A maior reserva de nióbio brasileira encontra-se na cidade de Araxá-MG. Em 2012, a média do preço da liga ferro-nióbio ficou em US$ 26,5 o quilo. A demanda do mercado mundial sobre o nióbio é de 100 mil toneladas anuais, na qual o Brasil contribui com 90% desse total.
Dos 370 milhões de toneladas de minério de ferro exportados pelo Brasil no ano passado, 75 mil toneladas foram de nióbio.
A receita gerada pelas exportações da liga Fe-Nb foram de aproximadamente US$ 1,6bilhão .

Os principais países importadores da liga ferro-nióbio foram os Países Baixos (Holanda) com 29% do total seguidos por China (22%), Cingapura (15%), Estados Unidos (14%) e Japão (10%).

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